A aguardente é uma bebida com elevado teor alcoólico,
obtida a partir de vinho ou de mostos fermentados de
outras frutas. O termo usado sozinho (aguardente) refere-se
geralmente ao produto obtido a partir de vinho.
Em Portugal, a produção de bebidas obtidas pela destilação
do bagaço e do vinho não tem data exata de início. Não se
sabe qual surgiu primeiro, a bagaceira ou a aguardente vínica.
A primeira sempre teve um aspeto mais popular, de rusticidade ligada ao
homem do campo, enquanto a segunda é associada à alta aristocracia pela
sua delicadeza e gosto refinado.
A aguardente bagaceira é o resultado da destilação das partes sólidas (o bagaço
ou engaço) que resultam da prensagem das uvas, após ter terminado a
vinificação. São as películas e as grainhas das uvas, carregadas de óleos essenciais,
que conferem às bagaceiras aromas e sabores típicos e muito acentuados.
As características. das aguardentes bagaceiras dependem de vários
fatores, a começar pelo método de destilação utilizado, mais caseiro ou mais
industrial e a terminar na qualidade das uvas e das castas utilizadas. Entre os
“segredos” para a obtenção de boas bagaceiras está também o manejo de proporções
adequadas de películas de uvas, de grainhas e de caules. A destilação
do bagaço produz uma aguardente incolor, mas, muitas vezes, o produto é melhorado
com estágio em cascos de madeiras nobres como o carvalho, dando-lhe colorações de mel.
O teor alcoólico das aguardentes bagaceiras ronda os
40 por cento. Em Portugal, esta
aguardente é também conhecida
pela designação de “bagaço”.
Diferente da bagaceira, a aguardente
vínica é resultado da destilação
do vinho, o que a torna um
produto mais sofisticado, com
aromas e sabores menos fortes
e mais equilibrados.