GINJINHA

A ginja (cereja ácida), pequeno fruto redondo de cor vermelha escura e sabor agridoce, é originária da Ásia Menor, tendo sido gradualmente dispersada pelos países mediterrâneos através das rotas comerciais. Ginjinha é um licor obtido a partir da fermentação das ginjas dentro de aguardente, juntando-lhe açúcar, água e canela. O seu êxito foi imediato por ser doce, aromático, de graduação alcoólica equilibrada e, ainda por cima, barato. Nos últimos 172 anos as alterações que foram feitas prendem-se apenas com exigências legais, sendo ainda hoje o licor mais popular em Portugal e a bebida típica da capital. A ginjinha bebe-se “com elas” ou “sem elas”, ou seja, com ou sem o fruto curtido no fundo do copo. Na Baixa de Lisboa, no séc. XIX, surgiram muitos locais de venda de ginjinha. Algumas destas casas dedicadas mantêm-se ainda hoje um testemunho vivo da história da capital. Tornaram-se, também, um atrativo turístico sendo verdadeiros ex-libris da cidade. Óbidos é também muito conhecida pela sua “Ginja de Óbidos”. Acredita-se que a origem deste licor remonta ao séc. XVII, de receita conventual, quando um frade tirou partido das grandes quantidades de fruto existentes na região, executando o refinamento do licor hoje conhecido. Recentemente, os visitantes do primeiro “Festival do Chocolate” de Óbidos puderam degustar a sua ginja servida em xícara de chocolate (“com elas” ou “sem elas”) traduzindo-se num enorme sucesso. O desafio consistiu em associar a ginja de Óbidos a um dos produtos mais desejados do mundo dos sabores - um bom chocolate - criando uma aliança gustativa que realça o que de melhor a ginja tem, provocando assim toda uma explosão de sabores. Hoje é comum ver o slogan “Beba a Ginja e coma o copo”, disseminado por todo o país, quando existe algum evento com a ginja de Óbidos.